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Catarina Bento
Cybersecurity Analyst do .PT
11-10-2024
Os desafios como rapariga nas engenharias
Sabias que apenas 25% da indústria da cibersegurança é composta por mulheres?  Vou partilhar os motivos pelos quais decidi quebrar esse padrão, os maiores desafios que enfrentei na área da engenharia e o porquê de isto valer a pena.
 
Tudo começou quando precisei de escolher o curso para o ensino secundário. Sempre tive uma enorme paixão pelas humanidades. Tinha facilidade nesta área, e a literatura seja clássica, contemporânea ou não-ficção sempre me fascinou. Mas ao mesmo tempo, desde pequenina que imaginava como seria ser uma cientista, encantada pelo mundo da ciência e as suas possibilidades. No meio desta indecisão, acabei por optar pela área de ciências e tecnologias. Não há escolhas certas ou erradas, e esta foi uma decisão difícil. Mas foi aqui que comecei a trilhar o caminho que me levaria ao mundo da cibersegurança.
 
Depois de terminar o ensino secundário, chegou a hora de escolher o curso de ensino superior. Nesta altura, é difícil saber no que cada área e curso consistem na prática, por isso sempre tive bastantes dúvidas quanto à área em que pretendia prosseguir. No entanto, sempre gostei de matemática e tinha ideia de que os cursos de engenharia seriam o lugar ideal para enfrentar os desafios que tanto procurava.
 
Optei por engenharia informática, um curso onde, como na maioria das engenharias, as mulheres são uma minoria. No meu ano de candidatura, apenas 14% dos candidatos e 16% dos colocados eram raparigas. Isso tornou-se evidente na minha primeira aula, onde as raparigas se contavam pelos dedos. Ser mulher nesta área traz desafios, e muitas vezes sentimos que temos de nos provar mais. Eu senti isso diversas vezes, tenha sido por motivos internos ou externos. No entanto, foi uma experiência incrível, cheia de aprendizagens e amizades. Durante o mestrado tive oportunidade de dar aulas a alunos de licenciatura, algo completamente fora da minha zona de conforto e extremamente gratificante. Nesta altura, optei também pelas cadeiras de cibersegurança dado ao interesse ganho durante a licenciatura.
 
Felizmente, após concluir o mestrado, tive a oportunidade de me juntar à equipa do .PT como Analista de Cibersegurança. Sinto-me muito feliz com o meu percurso e sinto que valeram a pena todos estes anos de estudo nesta área em que nem sempre é fácil ser mulher. Espero então, com a partilha do meu percurso, incentivar mais raparigas a seguir o seu sonho, seja ele na área das engenharias ou em qualquer outra área.
 
Acima de tudo, deixo um conselho: não deixem que os estereótipos e os desafios nestas áreas vos desmotivem. A paixão pelo que fazemos é o que realmente importa e cada desafio que enfrentamos fortalece a nossa determinação. A diversidade na cibersegurança é crucial para a inovação e o progresso, e precisa de vozes como as nossas!




Nota: os artigos deste blog não vinculam a opinião do .PT, mas sim do seu autor.
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