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A fechar o Verão e a fintar o dia de chuva que se avizinhava, o .PT aceitou um novo desafio, facto que, em si, nada de novo nos traz. 

Entre as centenárias paredes do Teatro Thália, que no dia se vestiram de tecnologia, não fossemos nós falar do digital, e com o apoio da Secretaria de Estado da Transição Digital, do Ministério da Economia e do Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, organizámos uma sessão cujo título só por si já despertava alguma atenção: "Os portugueses e a Internet em tempo de pandemia”. As presenças in loco estavam limitadas, porque as sabidas contingências o impunham. Foi pena, o teatro merecia ter tido casa cheia!

Não nos vamos focar aqui no que se disse em pouco mais de uma hora que, de resto, passou a correr, basta uma pesquisa rápida no repositório do costume e está lá tudo. No entanto, há frases, mensagens, verdades, o que lhe queiramos chamar, que não podem deixar de ser replicadas vezes sem conta. 

Peço-vos, tenham paciência, mas tem de ser, os dados são objetivos e o orgulho é enorme. Desde o início do ano até agora houve um crescimento dos domínios registados em .pt de 25%, face a 2019 (que já tinha sido ano de recordes). Em abril o crescimento foi de 67% (mais de 10 mil registos) e mesmo durante as férias, em agosto, houve um crescimento inédito de 35,1% (6843 novos registos). Se olharmos para o cenário europeu, o .pt aparece na linha da frente, com um crescimento de perto de 11%, face à timidez de outros ccTLD’s congéneres, cuja média de crescimento pouco vai além de 1%. 

A estes números reagiram prontamente os governantes na sala. Sem dar créditos, ou fazer citações ipsis verbis (ninguém as reclama certamente) do que por lá se disse, extraímos que "O .PT é um excelente indicador do grau de adesão da nossa economia e da nossa sociedade à tecnologia e ao digital” e que "a digitalização permite melhorar a produtividade, alargar os mercados, reduzir o desperdício e levar o conhecimento mais longe (...)” e ainda que "O domínio .pt é um barómetro da transição digital da nossa economia.” 

De novo, perdoem-me a falta de modéstia, mas esta equipa e todos aqueles – pessoas e instituições – que os rodeiam, está de parabéns! Essa malvada tentação que se chama "ociosidade ativa” claramente não entrou nas paredes virtuais do .PT. 

Na fachada do Teatro Thália, ali vizinho ao Jardim Zoológico, pode ver-se a inscrição "Hic Mores Hominum Castigantur": Aqui serão castigados os costumes dos homens. Castigo, ou não, este vírus (cujo nome já me cansa), encheu os dois pratos da balança, o que aqui nos interessa é o lado positivo: a óbvia aceleração da transição para o digital em Portugal, que teimava em se manter em lume brando. Para que lado vai pender o fiel da balança? O desafio é todos juntos subirmos para o prato certo, é esta também a nossa aposta.