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As novas instalações da associação que gere o domínio.pt são sustentáveis, modernas, e abertas à sociedade, criando novas dinâmicas no ecossistema digital em Portugal.

A 30 de junho de 1988, a IANA – Internet Assigned Numbers Authority delegou na Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) a gestão do .pt, o domínio de topo da internet correspondente a Portugal. Só 25 anos depois essa competência passou para a Associação DNS.PT, uma associação privada sem fins lucrativos, que tem como associados a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a Associação da Economia Digital, e a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor. Tendo como objetivo oferecer elevados níveis de qualidade, confiança e segurança no registo de nomes de domínio .pt, a associação assume como missão criar pontos de conexão entre Portugal e o mundo e fortalecer o ecossistema digital em Portugal.

Foi esta associação que se mudou em abril de 2022 para um novo edifício na Rua Eça de Queiroz, junto ao Marquês de Pombal, em Lisboa, e que pretende ser a nova casa da internet portuguesa. O novo edifício surge da necessidade de juntar num espaço único as várias valências do .PT. Sendo um espaço aberto à comunidade, o .PT juntou aqui competências ao nível da cibersegurança, da capacitação digital, da inteligência artificial, e do futuro da internet, tornando o edifício, em simultâneo, num hub tecnológico, com espaços dedicados ao desenvolvimento de projetos e ideias inovadoras. Com um novo espaço para o PTSOC (Centro de Operações de Segurança do .PT), garante-se ainda um local de trabalho adequado para uma equipa especializada que oferece serviços a clientes do .PT e ao público em geral, como a Linha de Apoio Gratuita, por exemplo.

A concretização do espaço foi feita de acordo com um projeto a cargo do atelier Miguel Amado Arquitetos. As obras foram acompanhadas de forma próxima pela equipa do .PT, que pôde votar no nome dado à nova casa da associação. O resultado da votação foi Barra Barra (//), um nome que remete para os primeiros tempos da internet, quando não existiam os atuais motores de pesquisa e os endereços tinham de ser digitados caracter a caracter, da seguinte forma: "http dois-pontos barra barra www ponto pt ponto pt”.

A mudança para este espaço trouxe alterações a vários níveis para a equipa do .PT. Por um lado, há novos espaços que os edifícios anteriores não garantiam: uma garagem, uma biblioteca, um auditório e um terraço. Por outro lado, as modernas instalações permitiram novos equipamentos, como um balneário com duche para funcionários, zonas de descanso, espaços de convívio e confraternização entre membros da equipa, e que criam novas oportunidades de reuniões e de apresentação de projetos e iniciativas internas e externas, e, em consequência, novas dinâmicas na relação entre os colaboradores da associação.

A par das mudanças físicas, deram-se – e continuarão a dar-se – outras mudanças no dia a dia do .PT. Os colaboradores trabalham agora em regime híbrido, reduzindo deslocações de e para o escritório; e têm flexibilidade de horário, facilitando a articulação entre a vida profissional e pessoal. Deixaram de existir lugares fixos, de forma a facilitar o trabalho em conjunto entre colegas de várias áreas, consoante o projeto em mãos. A associação também considera estar agora mais bem preparada para receber e trabalhar com os seus parceiros externos, e para cumprir os seus compromissos de promover a digitalização das empresas em Portugal e a capacitação digital da população portuguesa. Neste domínio preveem-se melhorias no impacto social, económico e ambiental, quer direta quer indiretamente, da ação do .PT, que já se destaca nestas áreas enquanto membro do movimento Digital with Purpose.

Por outro lado, o novo edifício tem certificação de sustentabilidade e a sua construção incorporou materiais sustentáveis e mais de 30% de resíduos de construção, cumprindo princípios da economia circular. A obra realizada incluiu a instalação de iluminação LED em espaços interiores e exteriores, com sistema de presença, e de equipamentos redutores da utilização de água. O projeto de arquitetura foi realizado de forma a garantir o maior número de horas possível de iluminação natural, manteve inúmeros elementos preexistentes e deu novo uso a materiais antigos. O edifício espelha a ação sustentável do .PT, que prometeu, até 2023, reduzir, em 5% por ano, os resíduos sólidos urbanos produzidos, e aumentar, em proporção semelhante, a quantidade de resíduos enviados para reciclagem. Desde 2020, a associação eliminou os plásticos de utilização única.

Esta iniciativa vem criar, conforme pretendido pelo .PT, uma verdadeira "casa da internet portuguesa”, conforme mencionou a presidente do Conselho Diretivo, Luísa Ribeiro Lopes, aquando da inauguração do espaço. Pela primeira vez, um espaço único vai juntar entidades e competências ao nível da gestão, registo e manutenção do domínio de topo correspondente a Portugal, da cibersegurança, da capacitação digital, da inteligência artificial e do futuro da internet, ao mesmo tempo servindo com espaços dedicados ao desenvolvimento de projetos e ideias inovadoras. Nesta casa, refere a associação, haverá sessões de formação abertas ao público, a empresas e a organizações, que ajudarão Portugal na transição para a economia digital, bem como um Centro de Inovação dedicado a apoiar novas ideias, projetos experimentais e modelos de negócio inovadores.

A associação espera que o novo edifício traga maior dinâmica à atividade. A utilização do edifício e as iniciativas nele organizadas terão tendência a aumentar à medida que o espaço se for tornando mais conhecido; a quantidade de parcerias estabelecidas pelo .PT com outras iniciativas, associações, empresas e entidades dos setores público e social, será também maior dadas as novas ferramentas oferecidas pelas modernas instalações. "O número de pessoas a trabalhar sob estas condições mais modernas deverá também aumentar à medida que a operação do .PT se for expandindo”, explica Sónia Veloso, People and Office Manager no .PT. "E estamos certos que a quantidade de entidades a trabalhar em conjunto, em regime de cocriação, utilizando estas instalações, também vai continuar a aumentar nos próximos meses e anos”, promete a responsável.


Este artigo foi originalmente publicado na revista do Prémio Nacional de Sustentabilidade.